Perfil da Autora: É jornalista, professora e pesquisadora da Universidade Católica de Pelotas. Suas áreas de interesse são redes sociais e comunidades virtuais na Internet, conversação, fluxos de informação e capital social no ciberespaço e jornalismo digital.
CAPÍTULO 4 – A CONVERSAÇÃO EM REDE
➢ Segundo a autora as conversações em rede advêm do surgimento dos sites de redes sociais: “São centenas, milhares de novas formas de trocas sociais que constroem conversações públicas, coletivas, síncronas e assíncronas, que permeiam grupos e sistemas diferentes, migram, espalham-se e semeiam novos comportamentos”. (p. 121)
➢ Essas conversações em rede constituem-se em conversações coletivas, públicas, permanentes - passível de recuperação -, cujas características emergentes são aliadas às características da conversação mediada no ciberespaço. (p. 121)
➢ São conversações diferenciadas daquelas no espaço online, pois emergem do espaço - coletiva e publicamente por milhares de indivíduos - constituído: por uma hashtag, uma comunidade no Orkut ou de algo publicado no Facebook.
➢ São conversações que se utilizam das conexões estabelecidas entre atores nos sites de rede social para se espalhar para outros grupos. São, fundamentalmente, conversações amplificadas, emergentes e complexas, nascidas da interconexão entre os atores. (p. 122)
➢ Os sites de redes sociais permitiram às pessoas publicar e ampliar suas redes, criando novas conexões e novas formas de circulação de informação (Recuero e Zago, 2009), além de novos modos de interação (Primo, 2006). (p. 122)
➢ Essas emergentes ferramentas propiciaram a publicização de redes sociais e novas formas de conversação: coletivas, assíncronas ou síncronas, públicas e capazes de envolver uma grande quantidade de atores, denominada pela autora de conversação em rede.
➢ Essas conversações são diferentes das demais conversações no espaço digital, pois são capazes de "navegar" pelas conexões dessas redes, espalhando-se por outros grupos sociais e por outros espaços – i.e. a AMPLIFICAÇÃO e a REVERBERAÇÃO da conversação -. Elas transpassam diversas redes sociais, recebendo interferências e participações de indivíduos, inclusive, daqueles que não fazem parte da rede do protagonista do diálogo. (p. 123)
➢ A capacidade da conversação online de permanecer (Boyd, 2007) implica também a capacidade de envolver muito mais do que apenas dois interagentes, multiplicando a participação. Pode migrar entre várias ferramentas, espalhar-se entre várias redes sociais e acontecer em escalas devido a possibilidade de buscar aquilo que foi dito.
➢ Assim a conversação em rede pode ser contextualizada e recuperada, permitindo espalhar-se e amplificar-se dentro das redes sociais, e também, publicizar as relações sociais entre os interagentes, fornecendo o contexto social para a interpretação dos grupos e das relações entre os indivíduos. (p. 126)
➢ A autora afirma que ”o espalhamento entre grupos sociais pelas conexões entre os indivíduos” é a característica mais importante da conversação em rede. (p. 127)
➢ A autora esclarece que devamos entender as redes como metáforas para os grupos humanos, e as redes sociais na internet, para esses grupos mediados por dispositivos informáticos (computador, smartphone, tablet). (p. 128)
➢ A permanência e a buscabilidade (Boyd, 2007) – características do processo de comunicação no ciberespaço - proporcionam uma observação dessas trocas em micro e macro escalas. As representações dos atores envolvidos nas trocas comunicacionais, a exemplo dos perfis, são os nodos ou nós da rede, e as conexões entre esses perfis seriam as conexões entre os nós que formarão a rede.
➢ As conexões são os elementos mais complexos dessas redes, afinal, são elas que unem os atores em grupos sociais (representados, nos grafos, pelas arestas). Nas redes sociais – i.e. OFFLINE -, essas conexões são constituídas principalmente de relações sociais, ou seja, de relações criadas através de eventos de fala e de troca de informações entre atores, que terminam por construir laços sociais: essencialmente laços fortes e fracos (Granoveter, 1973). (p. 129)
➢ Os Laços fortes constituem-se em vias mais amplas e concretas para as trocas sociais (Wellman, 1997); os laços fracos possuem trocas mais difusas. Porém os laços fracos são importantes, pois conectam os grupos, constituídos de laços fortes, entre si. Laços, portanto, conectam os atores na rede social, e, também são importantes vias de circulação de informações. (p. 130)
➢ Nas redes sociais na Internet os laços são diferentes. São primeiramente de dois tipos: “os laços associativos e os relacionais (Recuero, 2009)”: os Associativos são formados por pertencimento, ou seja, os atores associam-se por interesses ou ideias comuns, sendo opcional a interaçao. Os Relacionais são derivados da interação entre os atores.
➢ A autora afirma que existem as redes de filiação ou associação (àquelas publicamente disponibilizadas pelas ferramentas) e as redes emergentes (àquelas formadas pelas conversações no sistema).
➢ Os sites de rede social são caracterizados pela publicização das redes sociais dos atores e por permitir construir um perfil individualizado (Boyd & Ellison, 2007). Possuem dois elementos conceituais que os diferenciam de outros sites: a apropriação (sistema utilizado para manter redes sociais e dar-lhes sentido) e a estrutura (cuja principal característica é a exposição pública da rede dos atores) (Boyd & Ellison, 2007). (p. 131).
➢ Os laços relacionais nos sites de redes sociais, em geral, apontam para os laços fortes, uma vez que são recíprocos, constituídos de interações mais ou menos frequentes. Os laços associativos apontam para os laços fracos, ou seja, aqueles que não possuem quase interação, mas que geram valor (por exemplo, trazem informações externas) e influenciam as redes sociais. (p. 133)
➢ Quanto à simetria e assimetria das conexões das redes sociais na Internet, a autora cita o Facebook e o Orkut como sites simétricos, com “conexões sempre recíprocas e simétricas (para que alguém adicione outra pessoa à sua rede é necessária a concordância desta)”. E o Twitter e o Google+ como assimétricos, ou seja, “de conexões onde não existe reciprocidade na criação da conexão”.
➢ Neste livro, o capital social é pensado como constituído de recursos coletivamente construídos relacionados ao pertencimento da rede, ou seja, valores individualmente apropriados por atores de recursos construídos pelo grupo. (p. 136)
➢ Os recursos são constituídos através dos laços sociais, e, também das práticas conversacionais, decorrendo, que o capital social é um valor coletivo, de que os atores podem se apropriar e transformar.
➢ Na Internet as redes sociais são diferentes, mais complexas e menos custosas para os atores. As formas de criar e compartilhar capital social também o são, ou seja, é mais fácil criar, manter e ampliar a rede social.
➢ Indaga a autora: como essas formas de capital social e de construção de valores influenciam a conversação em rede?
Resposta: o capital social é elemento fundamental à conversação, pois esta depende de elementos do macrocontexto das relações, à exemplo, da polidez (atitude gentil; cortesia, civilidade). (p. 137)
➢ Além dos elementos mencionados, a conversação em rede gera visibilidade, reputação e popularidade.
➢ Visibilidade à quanto mais citado e referenciado na conversação.
➢ Reputação à quanto mais acessos e concordâncias recebe na conversação. Ocasiona aumento na popularidade e visibilidade.
➢ Popularidade à tem haver com quantidade de seguidores.
➢ As redes sociais presentes nos sites de rede social (SRSs) são
diferenciadas, e têm elementos comuns e característicos compostos por:
➢ por formas de individualização (perfis) à permitindo aos indivíduos estabelecer quem são e convidar outros a interagir;
➢ pelas conexões à que tornam públicas as redes sociais anexas a cada perfil. (p. 138)
➢ Os perfis são representações, de atores e grupos, que delimitam o contexto desses enunciados (atores, grupos, participantes); e podem constituir-se em conversações. (p. 139)
➢ A representação dos atores no ciberespaço é essencial para que sejam compreendidos pelos demais como participantes da conversação. Os modos de representação variam conforme o SRS: podem ser imagens, apelidos (nicknames), elementos performáticos (ex.: modo de expressar).
➢ Essas representações são o primeiro elemento essencial da conversação. Ao construir um perfil, os atores precisam reconstruir indícios a respeito de quem são, para uma audiência imaginada pelos atores. (p. 141)
➢ As conexões também são elementos conversacionais. Constituem e são constituídas por conversações. Ao aceitar uma conexão no Facebook ou no Orkut, por exemplo, há uma conversação implícita. Ao dividir uma informação com sua rede, o ator cria uma expectativa de conversação. As conexões nem sempre constitui conversação para existirem, porém, são as protagonistas no espalhamento, característico das conversações em rede. (p. 143)
➢ Nas redes sociais emergentes, as conexões também são representadas através das conversações e das trocas produzidas por elas entre os sujeitos. Nos SRS as conversações são representadas por mensagens trocadas entre os sujeitos. Essas mensagens, que podem constituir tanto conversações síncronas quanto assíncronas, são capazes de gerar elementos de valor, como o capital social.
➢ Embora possam incluir indivíduos que não estão conectados através da ferramenta, é através da rede associativa ou de filiação que essas conversações são espalhadas e transitam para as demais redes.
➢ O contexto representa, talvez, o maior problema para a conversação em rede, devido às redes sociais serem multimodais, negociadas e construídas como espaços conversacionais apropriados pelos grupos. O contexto, i.e., o ambiente em que essas trocas vão acontecer influen-ciam a forma de interpretação e participação no diálogo. (p. 146)
➢ Nas RSI, o contexto não é óbvio e nem imediatamente discernível, pois não temos uma série de elementos que atuam na construção do contexto nas interações off-line, por ex.: gestos, expressões faciais, entonação, ambiente e etc. ou mesmo, uma série de novos elementos que são adicionados no processo (por exemplo, a permanência das interações na conversação online, a referência, a criação de novos espaços e etc.). O contexto é uma das coisas mais difíceis de compreender e discernir nas interações online (RECUERO, 2010).
➢ Não apenas isso ocasiona interpretações erradas, como também acaba por minar a participação de muita gente nesses espaços. Um dos exemplos é o uso de hashtags no Twitter. As hashtags servem, justamente, para oferecer pistas a respeito do contexto daquilo que está sendo dito. Também relevante é quando se tem apenas uma rede social específica que tem acesso ao espaço conversacional: Ex.: o Plurk[1].
➢ Nesse caso, os participantes da rede tendem a assumir que o contexto implícito será compreendido pela rede com base nas experiências em comum. Só que dificilmente alguém tem elementos de uma única rede em qualquer ferramenta, assim, contextos diferentes são reconstruídos e interpretações diferentes de um mesmo diálogo acontecem. Com isso, mais problemas de negociação e trocas emergem (RECUERO, 2010).
➢ Conversações normalmente são restritas aos indivíduos que estão dividindo uma determinada situação da conversação (no sentido construído por Goffman). A aproximação de outros atores é percebida pelos interagentes que, portanto, têm controle de quem participa da conversação. No ambiente mediado, o controle é muito menor, justamente porque não se percebem todos os participantes da conversação. (p. 146)
➢ A conversação em rede, entretanto, é por definição, pública. Sua principal característica é aquela da migração entre os vários grupos sociais, o que inviabiliza sua privacidade. Entretanto, embora a conversação em rede seja pública, nada impede que tenha seu início no âmbito privado. (p. 151)
➢ A visibilidade do comum é algo sedutor, implica numa forma de capitalizar um dos grandes valores da contemporaneidade, a atenção (Lahan, 2006), mas também tem um custo que está sobre a publicização do privado. Há uma relação de investimento e custo, que agrega ou não capital social aos sujeitos da visibilidade. (p. 152)
➢ A visibilidade está diretamente relacionada com a presença e com a narrativa da presença, constituindo reordenação dos modos de conversar. Para participar da conversação, é preciso está visível e a conversação idem. Mais do que ser ouvido, para conversar é preciso também ser visto. (p. 153)
➢ As conversações precisam ser divididas, publicadas e reconstituídas para que outros sujeitos possam participar: Ex.: o botão share do Facebook e do Google+, o retweet no Twitter publicizam a conversação dando visibilidade ao que é dito permitindo que grupos diferentes participem da conversa. Tais práticas geradoras dessa visibilidade têm seu custo relacionado com a publicização.
➢ Para a conversação o custo pode ser bastante alto: a) a interseção de redes sociais diferentes pode conflitar relativa às negociações de contexto e polidez diferentes; b) Atores de redes sociais diferentes podem manifestar-se de forma considerada agressiva ou menos aceita pelo grupo original relativo as negociações macrocontextuais e o permitido na interação; c) A consciência da visibilidade das interações para outras redes também pode inibir a participação na conversação, relativo uma noção clara da "face" dos interagentes e nem das normas das interações. (p. 154)
➢ As conversações em rede frequentemente apresentam-se como multimodais, de maneira simultânea entre os vários atores, até porque as redes sociais também são multimodais. A Multimodalidade refere-se à presença das conversações e das redes sociais nas várias plataformas.
➢ Por causa dessa multimodalidade, os grupos sociais precisam estabelecer os da conversação, e esse acordo, tácito, acontece no momento da transcrição das redes sociais para a ferramenta. (p. 156)
Recuero entende ser também característica das conversações em rede mediada, o conceito de multiconversação. Esta ocorre pela permanência e pela assincronicidade potencial, ou seja, acontece quando um único ator mantém diversas conversações simultâneas, em contextos diferentes, com atores diferentes. (p. 158)
➢ A polidez é essencial para o funcionamento, organização e normatização do contexto onde a conversação acontece. É influenciado pelo capital social construído pelas RSI e atua como delimitador dos contextos onde essas normas atuam e os rituais da polidez. (p. 160)
➢ A compreensão das normas de polidez é indicativo dos laços sociais existentes na rede. Polidez com normas maleáveis apontam para Laços Fortes proporcionando conversações mais informais. Quando os laços são mais fracos, a polidez é essencial para guiar a conversação e a manutenção da conversação.
5.ESTUDANDO A CONVERSAÇÃO EM REDE
➢ O capítulo discute como mapear as conversações em rede mediada e que elementos observar desses mapas. Para conceituar mapa de conversação, usa-se uma abordagem estrutural, focada a partir da Análise de Redes Sociais. (p. 171)
➢ Mapear a conversação é um processo complexo porque é difícil recortar uma única conversação, e difícil inferir o contexto dessas conversações. Os mapas de conversação são "retratos" de um conjunto de interações delimitadas num certo tempo e espaço: logo constituindo uma conversação parcial num certo ambiente conversacional. Em princípio, não contempla abordagem ampla das dinâmicas dessas conversações. (p. 173)
➢ A autora reitera que o mapa de conversação, trabalhado na obra, é um retrato de um determinado momento que contém os atores que estão participando da conversação e as trocas que foram realizadas durante o período. A quantidade de interações recolhidas e a perspectiva de análise dependem das escolhas do pesquisador. (p. 174)
➢ Análise de Redes Sociais (ARS) é uma perspectiva teórico-metodológica para o estudo das estruturas sociais, ou seja, os agrupamentos humanos. Com o tempo a ARS é usada como perspectiva qualitativa, enfocando a estrutura e o conteúdo (Montardo, Passerino e Berkenstein, 2007) e às dinâmicas dessas redes (Recuero, 2009). Além disso, a ARS vem sendo usada por pesquisadores para o estudo das redes sociais na Internet, devido ao prospecto dos estudos dos rastros das estruturas sociais deixadas no ciberespaço. Sua perspectiva concentra-se no desenho da estrutura desses rastros e no cálculo de diversas variáveis quantificáveis da rede. (p. 174)
➢ Nessa obra a ARS é usada para analisar a estrutura das redes de conversação. Para esse fim interessam-nos os diferentes graus de centralidade. O grau de centralidade refere-se o quão central determinado nó estar é na estrutura da rede. Conforme Freeman (2004), há três tipos de centralidade:
• Grau de intermediação (Betweeness): medida do grau de valor de intermediário de um nó em um grafo, ou seja, o quanto ele aparece em “meio” a outros. Refere-se assim à posição do nó na rede. Quanto maior o grau de intermediação maior o papel do nó em conectar grupos diferentes.
• Grau de proximidade: refere-se ao quão próximo um nó está dos demais. (p. 175)
➢ A autora indaga como mapear essas conversações? Como estabelecer elementos relevantes de estudo para essas redes sociais emergentes? (p. 177)
➢ Primeiramente, é preciso delimitar a conversação que será recolhida. Para estudo é preciso delimitar a conversação que será recolhida; é preciso delimitar quais interações serão e não serão consideradas constituintes de uma conversação; finalmente é preciso determinar quais elementos de análise são relevantes para o estudo.
NOTA: OS ESTUDOS DE CASO NÃO FORAM OBJETOS DE MEU RESUMO
- Caso 1: #GTCiber (p. 177)
- Caso 2: #BeloMonte (p. 187)
- Caso 3 Conversações em torno de acontecimentos: casos Amy Winehouse e Oslo (p. 195)
➢ O capítulo apresenta uma proposta de como construir e observar os elementos que causam efeitos e impactos na conversação em rede. Os exemplos podem indicar ao pesquisador como focar os elementos apresentados. Faz necessário estabelecer um foco contextual de rede, seja através dos estudos: das conversações de um determinado grupo em certo e espaço já identificados; ou das conversações de um único em outro espaço definido. (p. 202)
➢ A autora frisa que o elemento mais importante da conversação mediada, para nossa análise, é que a conversação conecta as interações observadas no ciberespaço. Estudando sua estrutura obtêm-se indicação da qualidade das conexões estabelecidas entre os atores, constituindo seu aspecto estrutural.
➢ Porém, uma conversação não é constituída unicamente de uma estrutura de mensagens, é também de um sentido construído entre os interagentes. Este aspecto semântico/discursivo auxilia na compreensão das relações entre as mensagens e na interpretação do sentido daquilo que é trocado.
➢ Conforme a análise do aspecto estrutural e semântico de uma conversação, a autora enumera os aspectos a serem mapeados. (p. 203)
➢ Depreende-se da tabela o seguinte: a) Conteúdo e sequenciamento das interações; b) Identificação e estrutura dos pares conversacionais; c) Negociação e organização dos turnos de fala; d) Reciprocidade e persistência; e) Multlplexidade e migração.
REFERÊNCIAS
RECUERO, Raquel. O Contexto na Conversação Mediada pelo Computador. 2010. Disponível em: <http://www.raquelrecuero.com/arquivos/2010/09/o-contexto-na-c.html>. Acesso em: 15 fev. 2017.
[1] Plurk é um serviço gratuito de microblogging e de rede social que permite que os usuários enviem mensagens (também conhecido como plurks) de até 140 caracteres. Lançado em 2008.
Resumo Informativo por:
Antonio Porfírio da Silva
Bacharel em Biblioteconomia - UFAL
ORCID: orcid.org/0000-0003-0976-2725
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